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quarta-feira, 6 de maio de 2009

A função social do teatro

PROJETO ADEMAR GUERRA - 2009
ENCONTRO PREPARATÓRIO
RELATO DO “ESPAÇO ABERTO”

A FUNÇÃO SOCIAL DO TEATRO
2ª Sessão

Proponente: Heitor Saraiva, orientador
Relator: Felipe de Menezes, diretor

“A única coisa que tira o ser humano da massificação é a arte”

Acreditamos que anterior a questão ou a definição sobre qual é a função social do teatro é preciso primeiramente apontar, identificar os problemas sociais. A arte por si só tem sua função (responsabilidade) para com a sociedade, e cabe a ela (arte) apontar os vários caminhos para efetivar esse encontro.
Brecht, Boal, Paulo Freire, Escola de Frankfurt (em especial W. Benjamin) foram destaques nas discussões que se seguiram quando surgiu a já “sambada” – porém, sempre pertinente – dicotomia teatro comercial vs teatro engajado. Nota-se que o teatro comercial também tem a sua função para com o seu público, ou melhor dizendo, também tem o seu discurso tomado de ideologia implícita (e às vezes explícitas) para com os seus consumidores de entretenimento.
Em toda manifestação artística existe a chamada função social. Destacamos que é preciso, por parte dos artífices do teatro, manter um OLHAR CRÍTICO sobre sua realidade em contraposição ao status quo, pois o pensamento gera ação.
O teatro é uma ação política – logo isso significa dizer que toda ação em teatro implica numa reação (à) política.
Busca-se uma mudança social através da visão artística dos fazedores-de-teatro. Vale pontuar que essa mudança é processual, e dependente de diversos fatores externos e internos.
Devemos nos perguntar: qual público queremos atingir com nossas ações estéticas, éticas e políticas?
É preciso estar indignado para se fazer teatro e estar amparado, conscientemente, da provocação que queremos lançar.
Foi dito que o teatro é o Oasis, porém, divergências nos impossibilitam de fecharmos respostas para perguntas como: o que seria, de fato, esse Oasis? Ou, onde está esse Oasis?
Pontuamos em nossa discussão que “conteúdos libertadores têm o poder de transformar os espectadores” em contraposição ao teatro digestivo[1] que tem em si um produto fechado, já acabado, onde ó se atualizam as piadas.


Teatro é R-esistência!

“O teatro não é um lugar de recreio irresponsável. Não. É, antes, um pátio de expiação”
Nelson Rodrigues


Por fim, trouxemos à roda exemplos como a Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo onde os grupos são obrigados a dar sua CONTRAPARTIDA SOCIAL. Pontos de vistas a parte, fica a tarefa de REVELAR nos processos e nos modos de produção nossos pensamentos em relação ao mundo, vida social.
Pergunta Compartilhada: O que faz as pessoas deixarem mais de 18 canais de televisão para ir ao teatro?


À guisa de uma não-conclusão
Nunca tentativa ingênua, porém arriscada, posso dizer que a função social do teatro é o DESEJO de provocar/causar pequenas REVOLUÇÕES individuais.

[1] “Teatro digestivo” é uma das inúmeras definições definitivas que o dramaturgo Nelson Rodrigues usou para criticar um tipo de produção espetacular onde o carro chefe é o lucro e não o conteúdo.


Os participantes:
1- Fábio Rezende, orientador.
2- André Luiz Camargo, diretor.
3- Jeferson de Souza, ator.
4- Cássio Henrique, ator.
5- Regina Barbosa, atriz.
6- Mara Moreira Gama, atriz.
7- Thaís Costa, diretora
8- Fernanda Faria, orientadora

2 comentários:

  1. Olá pessoal, Os Mamatchas de Presidente Prudente, seguem de vento em poupa (polpa) rsrs, com seus trabalhos de pesquisa e investigação sobre a linguagem de circo-teatro, aprimorando seus conhecimentos e técnicas para melhor aperfeiçoamento do espetáculo "Hay! Bagunça".
    Os trabalhos seguem tambem com algumas exibições públicas, que servem ao grupo adequar-se as arquiteturas locais definindo um espetáculo como de praça ou de ocasião, se assim podemos classificar. Enfim...está sendo muito bacana orientá-los e o aprendizado é recíproco.
    Forte abraço e bom trabalho a todos.
    Paulo De Azevedo

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