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sexta-feira, 2 de abril de 2010

Relato 2010: Corpo como dramaturgia de cena

RELATO

TEMA: O CORPO COMO DRAMATURGIA DE CENA

(TEATRO FÍSICO)

PROPONENTE: ÉRICA

ESCRITA: SOLANGE DIAS

Érica abre a discussão dizendo que a proposta deste tema vem de uma ansiedade de não se trabalhar o corpo pelo corpo simplesmente e pediu para que os participantes deste grupo relatassem seus processos sobre Teatro Físico.

Um integrante do grupo de Jaguariúna relatou que eles experimentam a Exaustão para buscarem novos estímulos de criação e que estudam o trabalho de Eugênio Barba e o Teatro Antropológico, além de utilizarem imagens diversas para refleti-las nos corpos dos atores.

Os integrantes do grupo Ágape de Tupã trabalham com depoimentos pessoais para construção de cenas e sentem a necessidade de um preparo físico maior para poderem realizar o que querem. Mas, que devido as poucas horas de ensaios semanais, isto fica inviável. Por isto, a conduta do grupo é fazer esta preparação fora do horário dos ensaios.

Foi levantado então se o ator precisa de um preparo físico como de um ginasta para realizar este trabalho.

Paula Carrara comenta que é fácil imaginar que o Teatro Físico passa por uma construção de um corpo atlético, mas, que mais do que isto, o corpo precisa de provocações poéticas que podem partir de como está seu corpo e que a Exaustão pode ser interessante até certo ponto.

Solange comentou que mais do que um corpo atlético é preciso que este corpo seja expressivo, que saiba expressar o que se quer dizer. Se não fosse assim, qualquer ginasta poderia ser ator.

Mais a frente o orientador André lembrou que também é importante que o ator aprofunde seu repertório corporal para não ficar limitado na hora de realizar movimentos que necessitem de maior amplitude e expressividade.

A Érica comenta sobre Pina Bauch e um integrante comenta de que muitos grupos trabalham treinamentos corporais como uma moda, como uma receita.

O Orientador Ricardo comenta que desde Stanislavsky e muitos encenadores depois dele, pensaram as ações físicas, ou seja, que o treinamento físico não é uma grande novidade e que a pergunta é que tipo de teatro quero fazer e escolher o treinamento para aquilo que se quer dizer e que a tendência é copiar fórmulas de outros grupos.

O orientador André diz que físico não é só corpo, músculo, mas é emoção, e que há uma diferença entre Dramaturgia do Corpo, que é mais ampla e se refere ao corpo juntamente com outros elementos da cena, e que o Teatro Físico está focado no ator, na expressividade do ator.

Diz que para este tipo de trabalho é importante buscar novos espaços no corpo para expressar leveza, força e que isto é uma pesquisa ampla e que não tem como separar técnica de emoção, já que a natureza é técnica.

Diz que o Teatro Físico investiga a técnica do homem e que não é uma forma fechada.

Diz que há muitas formas de Teatro Físico comentando então sobre Laban quando divide a relação do corpo com o movimento em:

. Íntimo - movimentos internos,

. Pessoal - expandir os movimentos no espaço,

. Coletivo - movimentos em relação ao outro,

criando conexão entre íntimo e movimento.

Diz também que a técnica existe mesmo quando não parece que se tem técnica: a trilha, a iluminação são física e reverberam no corpo, tudo isto ocasiona uma dramaturgia do corpo, e que a fisicalidade existe desde os rituais antigos com suas fogueiras que também são desenhos físicos.

Diz que há treinamentos específicos para aquilo que se quer dizer e que o teatro chinês e o Nô Japonês servem como referência para a busca de novos caminhos.

Comentou-se no grupo também sobre a questão da técnica X intuição: até que ponto elas interagem, até que ponto não é necessário partir da intuição mas buscando um aprofundamento técnico daquilo que se quer fazer para a ampliação do conhecimento.

2 comentários:

  1. Parabeni-zo a Erica que propos este tema que é de muito interesse a todos acredito.
    Com toda certeza poderiamos ter ficado horas discutindo sobre o assunto que cada vez mais nos instigava a refletir e levantar questões, foi interessante perceber que muitas pessoas tinham as mesmas duvidas e ate mesmo que outros grupos alem do grupo Karaminholas de Taubaté estavam justamente trabalhando essa questão em seus espetáculos.
    Essa roda de discussão foi muito prezeros alem de proveitosa, acretido que para todos.

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  2. Concerteza o tema a abrange muitas coisas e naquele pouco tempo muitas pessoas puderam aprender bastante com depoimentos e com s explicação de outras pessoas que já conheciam o um pouco mais o tema.
    Poderiamos continuar a discussão.
    abraços
    Diego Henrique Pantaleão
    Grupo Ágape de Teatro

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